terça-feira, 28 de julho de 2009

SEMANA 5 - FEBRE - CAPÍTULO 2



Como medir a temperatura?
O instrumento padrão para a medida da temperatura
corpórea é o termômetro clínico de vidro com mercúrio.
A literatura internacional, principalmente a americana,
adota a temperatura retal, considerada mais precisa para
aferir a temperatura interna do organismo.
Técnica: introduzir o termômetro no reto a 5 cm no
lactente, e a 7 cm no adolescente, por dois minutos.
A temperatura bucal (também preferida pelos americanos,
mas que não é fácil em crianças e acarreta algum risco)
é medida colocando-se o termômetro sob a língua, com a
boca fechada e aguardando-se três a cinco minutos para a
leitura.
Em nosso meio, o método universalmente aceito e
culturalmente incorporado é a temperatura axilar, que,
embora não tão precisa como a retal, satisfaz plenamente
para propósitos clínicos.
Técnica: enxugar a axila (se houver suor), colocar
o termômetro na axila e manter o braço firmemente apertado
no tórax por 3 minutos. Para nova medida deve-se sacudir o termômetro até que a escala do mercúrio desça à base.
O período mais difícil de se medir a temperatura axilar em crianças é o de 1 a 2 anos, quando a criança faz muita birra. Seja firme e segure a criança mostrando que não está satisfeito com aquela atitude e, diga que aquilo é necessário para o bem dela.
E se o termômetro de vidro quebrar? Em contato com a
pele ou se for deglutido, o mercúrio não acarreta perigo.
Mas o mercúrio é volátil, mesmo em temperatura ambiente,
e é tóxico quando inalado.
O termômetro digital é bastante usado nos hospitais e clínicas, pois se mostraram confiáveis ao longo do tempo. É claro que necessitam, assim como os de mercúrio, do teste pelo Inmetro. Eles funcionam transformando energia térmica em elétrica, através de um detector de resistência elétrica chamado resistor, acionando o indicador de temperatura corporal de acordo com o valor desta resistência.
A temperatura da membrana timpânica tem a vantagem
da comodidade e rapidez, mas requer termômetro timpânico.
É mais elevada do que a temperatura axilar, em média
0,5 ºC, mas com grande variação, inclusive entre as medidas
dos dois ouvidos. Tem sensibilidade para detectar
febre, mas convém sempre usar o mesmo ouvido e repetir a
medição, e até conferir as febres elevadas com o termômetro
de mercúrio.
Chupetas temperatura-sensíveis têm sido propagadas
para identificar febre em lactentes doentes, mas são ineficientes
e, portanto, não recomendáveis. Com a crescente microminiaturação dos circuitos eletrônicos, é bem possível que, dentro de poucos anos, os profissionais de saúde meçam a temperatura com o termômetro na ponta do dedo dos pacientes.

A mãe é capaz de identificar a febre em seu filho sem
o uso de termômetro, ou esta informação deve ser recebida
com reservas?

Eyzaguirre e alunos, no Chile, chegaram à
conclusão: a palpação materna do filho é método
útil e confiável de detecção de febre, que não deve ser
subestimado. Confirma-se a noção pediátrica clássica de
que a observação da mãe deve ser sempre levada em conta.