quinta-feira, 27 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 5


CRIANÇAS DOENTES E A FAMÍLIA


Todos os indivíduos que cuidam de uma criança doente (familiares, amigos, médicos, enfermeiros e outros profissionais) encontram-se sob um estresse incomum. Ver que uma outra pessoa está doente é doloroso, mas observar essa situação em uma criança é particularmente desagradável e pode acarretar preocupação, ansiedade, culpa, raiva e ressentimento.

Doença em Recém-nascidos
Um forte laço psicológico começa a desenvolver- se entre os pais e a criança nas primeiras horas após o seu nascimento. Essa vinculação é influenciada pelas próprias experiências dos pais durante a infância, pelo conjunto de informações culturais e sociais relativas à educação dos filhos, pela personalidade dos pais e pelo desejo e preparação psicológica ante ao fato de se tornarem pais. A vinculação afetiva garante que a criança receberá apoio suficiente dos pais para um desenvolvimento físico e emocional saudável.No entanto, a vinculação afetiva torna-se muito mais difícil quando o recém-nascido está doente ou é prematuro, sobretudo quando ele deve permanecer em um berçário de terapia intensiva. Os pais podem ser separados da criança por dias ou semanas e o estabelecimento da vinculação afetiva normal pode ser impossível durante esse período. Por essa razão, os pais e os familiares próximos devem visitar a criança freqüentemente, começando a fazê-lo o mais breve possível após o nascimento. Após lavar as mãos rigorosamente e de vestir uma roupa adequada (avental hospitalar), eles devem tocar ou segurar a criança o máximo que a sua condição permitir. Nenhum recém-nascido, mesmo aqueles submetidos à ventilação mecânica, está demasiadamente doente para não receber visitas e ser acariciado. O vínculo afetivo é fortalecido quando os pais podem alimentar, banhar e trocar as roupas da criança e quando a mãe pode amamentar, mesmo quando o lactente, a princípio, deve ser alimentado por uma sonda.Quando um recém-nascido apresenta um defeito congênito, os profissionais de saúde reunem-se com os pais para discutir o problema, os possíveis tratamentos e o prognóstico provável. Os pais devem visitar juntos a criança, o mais breve possível após o nascimento, independentemente de seu estado clínico.Quando um recém-nascido morre, os pais que nunca o viram ou o tocaram podem ter a sensação de jamais ter tido um filho. Essa sensação de vazio pode ser extremamente angustiante. Um ou ambos os pais podem apresentar uma depressão prolongada e profunda, pois eles têm dificuldade em assumir a morte de uma criança que nunca viram e o seu luto é incompleto. Os pais que não puderam ver ou segurar o filho enquanto ele estava com vida podem sentir-se melhor quando o fazem com a criança morta, embora seja uma experiência extremamente dolorosa. Além disso, os pais também sentem-se aliviados formulando questões ao médico e recebendo explicações sobre a doença da criança e dos cuidados que lhe foram prestados. Aqueles que perdem um filho freqüentemente têm uma sensação de culpa, a qual geralmente é inadequada e deve ser discutida.Quando a dor dos pais é extrema ou exageradamente prolongada, um apoio psicológico pode lhes ser útil. Quando existem fatores hereditários envolvidos, o aconselhamento genético deve ajudar os pais a comprender o risco deles gerarem uma outra criança doente.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 4


Façam a sua parte, mas não se culpem


Abordando a influência da família na doença mental, em diversos artigos que analisamos, podemos concluir que: além dos aspectos familiares que se reconhecem importantes na saúde mental de suas crianças, talvez a outra variável igualmente ou mais importante ainda, seja a constituição da personalidade dos próprios filhos.


Cabe aos pais...
– evitarem a omissão e ausência no seio familiar
– evitarem as tiranias e opressão
– exigir sem excessos: nem muito, nem nada
– não nutrirem fortes expectativas sobre os filhos
– não se interessarem tanto pelos filhos
– fazerem da separação uma ausência de diálogo no que tange aos filhos
– evitarem brigas na presença dos filhos
– não serem consumistas, valorizando menos as coisas materiais
– ensinarem os filhos a valorizarem o dinheiro pelo trabalho
– evitarem a limitação em demasia
– evitarem a camaradagem (não dando limites)
– tentarem ouvir e entender os filhos
– não interferirem muito na vida dos filhos e quererem saber de tudo
– evitar a proibição em excesso
– permitirem muito
– mostrar satisfação em relação às atitudes dos seus filhos
– criticarem positivamente os filho quando acharem que algo não está muito bom

Portanto, o potencial para um bom crescimento emocional e um satisfatório desenvolvimento psíquico da criança está centrado não só nesta flexibilidade, mas também nas possibilidades que a família tem de encontrar alternativas para a solução de seus problemas e dos problemas de seus filhos.


A observação clínica do dia a dia permite arriscar ser perfeitamente possível, existirem bons níveis de saúde emocional familiar, a despeito de expressões domésticas de agressividade, raiva e hostilidade e, por outro lado encontrarmos famílias com componentes psicóticos com expressivas manifestações de carinho, fraternidade, coesão, apoio mútuo, ternura e afeto.


Pais de crianças com problemas emocionais têm geralmente sentimentos de culpa. Estes sentimentos de culpa podem com frequência causar sentimentos de incompetência e ansiedade. Em lugar disso, devem se concentrar em proteger seus filhos de situações e eventos que são desagradáveis. A perseverança é muito importante, assim que devem estabelecer e aderir a uma rotina diária. Os pais dessas crianças devem tratar seus filhos de maneira calma, terem muita paciência, e não exigirem muito dos mesmos. Esses pais devem saber também que suas crianças não vão ter sempre este tipo de problemas. As situações da vida podem fortalecê-los, para serem pessoas maduras e felizes.

domingo, 16 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 3

EDUCANDO PARA UMA SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA
O ser humano quando nasce não sabe falar, não sabe andar, não se alimenta sozinho, e por intermédio da família e sociedade, passa por processos de aprendizagens conduzidos pela educação. Por meio desta, é dado ao indivíduo princípios e valores sociais para que assim consiga uma inserção social mais adequada. Educar é transferir conhecimentos, é usar o que alguém já desenvolveu, levando-se em conta o contexto vigente. Ao educar, pode-se transmitir conceitos como: coragem, temperança, amor, tolerância, humildade, humor, simplicidade, pureza, doçura, felicidade, prazer, dor, justiça, liberdade, paixão, raiva, inveja, ciúme e outros, que fazem parte dos pensamentos e sentimentos humanos. Educar é ensinar o que deve ser feito, e também o que não deve ser feito.
Todos precisam seguir regras, até como uma forma consensual de haver entendimento, para que não exista o caos nas relações humanas e, as leis de um meio ou nação, se cumpram.


Aprendendo disciplina pela motivação e transmissão da lógica de causa e efeito
A energia da criança precisa ser direcionada da forma correta, de forma disciplinada e equilibrada, para as coisas práticas, que lhe serão úteis. Nessa etapa, a depender do nível de conscientização do adulto que a assiste, ela aprende a ser naturalmente disciplinada, pela correta distribuição das atividades que lhe trarão frutos, no futuro.
A disciplina de cada um existe quando aprendemos a colocar ordem em nossas atividades, e compromissos, e em qualquer tarefa com a qual estejamos envolvidos. Disciplina não é cumprimento de horários, ou obrigações, ou aceitação de certos padrões. Isso não passa de simples interesse pessoal, motivado, na maioria das vezes, pelo desejo se obter algum tipo de vantagem, ou evitar algum tipo de constrangimento, o que dá no mesmo. A disciplina passa antes de tudo pela motivação pessoal, sem o desejo explícito por compensações, no cumprir de uma tarefa, pelo simples prazer de ver um trabalho, depois de iniciado, concluído, criando no indivíduo uma espécie de ordem interna, um sentimento de organização espontâneo, um compromisso para com ele mesmo. Desse compromisso nasce um forte desejo de ver seu trabalho realizado. A motivação passa pelo encorajamento, incentivo , definindo o porquê a criança está fazendo tal tarefa, qual a função da mesma, o que se espera como resultados, e quais os benefícios daquela ação. Se explicarmos às crianças a necessidade de realizarmos qualquer tipo de tarefa desde o principio, a disciplina pela prática de castigos e recompensas, torna-se coisa sem fundamento, sem necessidade.O elogio, sem ganhos materiais e sem exageros é, nada mais nada menos, que um reforço de uma atitude positiva.

Aprendendo disciplina pelo planejamento, baseado em eventos e escolhas
Descobrir as preferências de alguém, não significa que saibamos como pensam. O modo de pensar, determina, além das escolhas, aquilo que se imagina obter após essa escolha, e isso é impossível de se determinar através de deduções, especialmente quando de trata de uma criança. Ela possui um mínimo de informações em sua mente, e descobrir qual a lógica que emprega em suas escolhas, é para nós, sumariamente, impossível.
Mas, podemos conhecer o resultado de cada uma dessas escolhas com antecedência, o que para nós é uma vantagem. Isso vem através de nossa experiência de vida, coisa que elas ainda não possuem. Explicar-lhes o que pode acontecer após cada escolha, esse é o mais acertado caminho para ajudá-las a criar uma ordem lógica interna. Poderão facilmente comprovar aquilo que falamos, isso lhes dará a certeza de que estamos do seu lado.

Aprendendo disciplina pelos exemplos
Que exemplo podemos dar aos nossos filhos e alunos, senão nossa própria postura, nosso modo coerente de falar e agir, onde aquilo que é dito se transforma na respectiva ação, e nunca em promessas vazias, que apenas lhes servem de modelo para a desordem interna, desordem essa que logo será mostrada ao mundo em forma de ações. Se um pai ou uma mãe deseja melhorar seu filho, então deve primeiro melhorar a si próprio. Esta frase implica numa forma resumida de chamar a atenção dos pais para a importância de uma auto-disciplina, auto-educação, o que por meio do relacionamento com os filhos, possivelmente será transmitido e assimilado pelos mesmos, gerando comportamentos mais adequados ao que a família entende como bom.

Evitando condutas negativas
Evitar o lazer excessivo e a preguiça. A ociosidade trará ao longo do tempo, vícios, manias e hábitos nocivos, minando a disciplina e a moral no desenvolvimento da criança.
Evitar recompensas como meio de forçar a criança a cumprir qualquer coisa. Tais prendas, enfraquecem seu caráter, estimulam a preguiça e o desejo de ganhar pela lei do menor esforço. Isso contribui de forma dramática para que sejam fracas de vontade, ambiciosas, se tornem dispostas a usar de meios ilícitos para vencer os obstáculos. Uma criança que sempre precisa do estímulo de prêmios por tarefas cumpridas, mentalmente, jamais será criativa, nem solidária, nem comprometida com o bem estar da humanidade. Esse jovem, ou adulto, se relacionará com seus pares, apenas pela troca de favores pessoais, nunca haverá sentimento de cordialidade, afetividade, ou respeito entre eles.
A disciplina deve ser fundamentada no respeito e não no medo. A palmada, por exemplo, não ajuda. Não deixá-los brincar com seus brinquedos preferidos e deixá-los no quarto para pensar são algumas maneiras que podem ser usadas para mudar o mau comportamento. Mas ofereça à criança uma segunda oportunidade, não aplicando o castigo na primeira falha. Disponha de compreensão e flexibilidade no momento de reprimir um comportamento indesejado.
Não se deve reprimir um comportamento e logo depois permiti-lo. Os limites precisam estar claros para a criança.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 2

LIDANDO COM OUTRAS PERDAS...
Outra situação que exige, na família, demonstrações de afeto, amor, cuidado, carinho e respeito pelas crianças é quando os pais decidem a separação.
Nesta situação o casal tem de buscar toda a maturidade possível para encaminhar bem a reação dos filhos à nova fase que se inicia. E, por mais que os pais sejam cuidadosos, a rotina muda. Bebês ficam agitados, crianças pequenas voltam a fazer xixi na cama e crianças crescidas passam a dar problemas na escola. Separação não é só drama: se a decisão aconteceu, ajudar os filhos a encarar a nova fase será importante para todos.
O primeiro passo a ser encarado é não deixar que as próprias frustrações, ou mesmo um certo complexo de culpa atrapalhe a educação dos filhos.
É comum nesses casos que se acabem sendo fracos na educação, não impondo limites pensando em algo do tipo “coitadinho, já sofreu demais com a separação”. Fazendo isso, porém, acaba-se por desrespeitar outro direito dos filhos, que é a educação, e não há educação sem limites.
É muitíssimo comum também na separação de um casal, cada qual fazer comentários negativos sobre o outro diante dos filhos. E não há atitude mais insana e nefasta para os filhos do que isso. Na verdade, o pai ou a mãe que critica o outro diante do filho, no fundo denota uma postura egoísta, que não sabe amar o filho de verdade. É que, salvo raras exceções, o filho mantém vínculos afetivos muito fortes com o pai e com a mãe. Assim, quando se critica o outro, quem sofre é o filho, que apesar de tudo ama a ambos.
É possível manter uma educação saudável, apesar da separação se o pai e a mãe se esforçarem por lembrar das qualidades do outro e ressaltarem isso diante dos filhos. Afinal, não existe pessoa que somente tenha virtudes e outra que só tenha defeitos. Qualquer pessoa, por pior que seja, tem sempre qualidades que podem ser reconhecidas. E essas podem ser elogiadas e ressaltadas diante dos filhos, que com isso sentirão a segurança de que tanto precisam. Terão então olhos para enxergar que os pais, apesar de tudo, os amam de verdade. E, repita-se, não demonstra que ama de verdade o filho o pai ou a mãe que não respeita o outro, seja qual for o motivo da separação
Coma ajuda de especialistas, podemos dizer que há uma forma de preparar a criança conforme a idade dela. Vai depender da fase do desenvolvimento, da dinâmica da família e, claro, de como isso será conduzido pelos adultos. Por isso, cada faixa etária pede um tipo de cuidado e uma abordagem. Dividimos aqui as reações mais comuns e uma série de orientações baseadas nas idades das crianças. É claro que isso pode variar muito, mas serão dicas preciosas nesse delicado momento familiar. E mais: a separação do casal não precisa ser motivo para mais culpa em relação aos filhos. Mas deve ser encarada com responsabilidade e como uma nova chance para todos.

PARA CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS
É uma fase de adaptação, e o bebê, como uma esponja, absorve tudo ao seu redor. Especialmente nos primeiros meses de vida, a mãe é seu universo e o que ela sente reflete diretamente na saúde e no estado emocional do filho. Quando a separação acontece neste período, ela tende a ficar mais frágil ainda: a mãe perde o acolhimento e a proteção que costuma receber do marido.
Noites mal dormidas, comportamento irritadiço, mudanças no apetite e sintomas como dor de barriga, mal-estar e febre sem motivo aparente são algumas das respostas dos bebês a essas mudanças. Convém evitar conversas tensas ou mesmo agressivas diante dele (mesmo que ainda não tenha um bom entendimento das palavras, ele pode notar o tom). Se a mãe ainda estiver amamentando, que as visitas do pai não atrapalhem esse momento. Manter o ambiente de casa tranqüilo e respeitar a rotina da criança é essencial. Com os mais crescidos, a separação pode desencadear desânimo, redução do interesse por brincadeiras e atividades rotineiras. É nesta fase também que o universo do bebê passa a não se restringir mais à mãe e o pai começa a desempenhar um papel diferente para ele. Por isso é importante que a distância não destrua o vínculo entre eles. Aproveitando que as mamadas são menos freqüentes, as visitas podem ser um pouco mais prolongadas. Mas o ideal é que não passe, por exemplo, um final de semana inteiro longe da mãe. Uma opção seriam encontros durante a semana, mais breves. Nesses momentos, o pai pode, inclusive, ter a ajuda da mãe, da irmã ou de alguém com experiência, até mesmo a babá. Porém, é fundamental que ele converse com a mãe da criança para os detalhes da rotina.

PARA CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS
Diante da separação, a criança pequena costuma fazer perguntas como “cadê o papai?”,“por que a mamãe não está aqui?”, “por que vocês brigaram?” etc. Suas dúvidas e inseguranças, no entanto, vão além do que perguntam. Existe o medo do abandono,da perda do amor do pai ou da mãe e um sentimento de culpa. O psicólogo Ricardo Muratori explica que nesta fase predomina a fantasia: a criança acredita que o que ela pensa acontece. Entre os meninos, por exemplo, é comum desejarem a mãe só para si em um momento e, em seguida, identificarem-se mais com o pai. “Quando a separação acontece diante desse conflito afetivo, vem a culpa, a idéia de que foram seus desejos que desencadearam todo o processo”, afirma. As crianças também podem regredir em relação a aquisições já feitas (voltam a fazer xixi na roupa, não articulam as palavras tão bem quanto faziam, por exemplo). Podem demonstrar raiva, angústia, agressividade, ter choros freqüentes e birras mais acentuadas, alterações de sono e de apetite, dores de cabeça, vômitos e febres. Na hora de ir à escola, podem surgir dúvidas do tipo: “Se meu pai já saiu de casa e me deixou, será que minha mãe vai voltar para me buscar?”.
Para acalentar essa criança e acalmar seus conflitos emocionais, é preciso muita conversa. Ela tem de perceber o interesse dos pais em seus sentimentos.“Verbalizar colocações como ‘entendo que você esteja triste e que esteja sendo difícil’ é positivo, pois ajuda a criança a se sentir compreendida e amparada”,diz a psicóloga clínica e educacional Celise Govêa. É importante ainda a criança ter um canal pelo qual expresse, ainda que inconscientemente, seus sentimentos. Podem ser desenhos, jogos, brincadeiras, livros, simulações feitas com seus brinquedos e bonecos. Que haja, enfim, um espaço em que ela expresse simbolicamente a raiva que sente dos pais, a sensação de abandono ou o que estiver em seu inconsciente. A criança provavelmente não entende tudo o que está acontecendo, mas, enquanto empurra carrinhos, dá banho em uma boneca ou anda de bicicleta, ela projeta seus sentimentos e elabora os conflitos que está vivendo. Nesta idade há uma série de novidades que envolvem outras decisões importantes quanto à educação. Como a escolha da escola, por exemplo. É importante que seja uma questão de comum acordo, e que ambos participem desde a fase de adaptação até as reuniões com professores. Mas é no dia-a-dia, perguntando detalhes, que acriança vai sentir a presença dos pais.

PARA CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS
A partir dos 7 anos, as crianças conseguem formar conceitos, percebem o que está acontecendo, têm um julgamento mais apropriado da situação. Tendem a fazer muitas perguntas e a manifestar tristeza e descontentamento de maneira clara e direta. O que elas precisam? De colo.
A psicanalista Miriam Chicarelli Furini afirma que, quanto maior a criança, maiores são suas condições psíquicas para lidar com a ruptura. Mesmo assim, há o sofrimento, claro em sintomas como distúrbios de sono, alterações no comportamento, irritabilidade, desejo de se isolar, mudanças no apetite.
A escola é uma boa vitrine. Atitudes mais agressivas com amigos e professores, comportamentos mais agitados, isolamento e queda no desempenho são alguns sinais de que a criança não está bem. Por isso é fundamental que a escola seja informada do que está se passando em casa.
A rotina da criança e seu círculo social, de qualquer forma, devem ser mantidos.É importante para ela, nesta fase, ir à escola, preservar relacionamentos com amigos, ter a chance de trocar experiências, tirar a mente um pouco do ambiente familiar e sustentar as responsabilidades do dia-a-dia. Bem como é fundamental manter os eventos sociais familiares, de ambas as partes. Se o dia da festa calhar de ser em final de semana ou dia em que o combinado seja estar com o outro pai, é hora de negociar encontros substitutos. Tudo pela convivência.
No geral, tente sempre conversar. É importante deixar a criança expressar sua tristeza, sem pressioná-la para reagir positivamente. Além de falar, a criança deve ter outras maneiras para expressar seus sentimentos, extravasar, deixar fluírem suas emoções. Isso pode acontecer por meio da prática de um esporte, em atividades com arte e música e até por meio de brincadeiras. Os pais têm de ficar atentos a isso e, se notarem a criança demasiadamente fechada, uma terapia pode ser uma boa alternativa.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 1


Dentre os diversos valores humanos na família, gostaria de iniciar esta semana abordando o amor, a solidariedade e o respeito diante de um assunto desconfortante e não menos importante: a criança perante questões sobre a vida e a morte.
Quando os filhos questionam seus pais, ou quando acontece uma morte na família, algumas perguntas costumam vir à tona.
Desde pequena as crianças têm consciência da existência da morte, embora essa consciência possa não ser identificada pelos adultos, pois é expressa com os recursos disponíveis pelas crianças.
Por volta dos 4 anos de idade, muitas crianças fazem perguntas sobre a morte aos seus pais.
Até aproximadamente os 6 anos de idade, as crianças se angustiam com o tema da morte, pois é a idade da vinculação, de se ter consciência da possibilidade da perda de uma pessoa amada, e de se ter os vínculos rompidos. Nem sempre elas falam de morte, mas podem representá-la lúdica ou graficamente. Quando verbalizam, o fazem com naturalidade, e, depois de obter a resposta que buscavam, continuarão com seu almoço, seus jogos, ou seu filme. Nós, os adultos, é que nos angustiamos. A tarefa de falar sobre isto é facilitada quando o assunto é tratado com o máximo de naturalidade, através da valorização da vida.
Além das crenças religiosas que cada família deve transmitir, existem verdades, compartilhadas com todos, e que não podem deixar de dizê-las.

Explicando o significado da morte
Morrer é terminar de viver. As explicações como “se foi”, “está no céu”, ou “desapareceu”, “o perdemos”, não são tranquilizantes se não se explica claramente que na verdade se trata do final de uma vida.

Explicando quando a morte acontece e em que situações
Não devemos enganá-las dizendo: “quando a gente estiver velhinho”. Sabemos que, lamentavelmente não é sempre assim: bebês morrem, crianças, jovens, adultos e velhos. Morremos quando a vida acaba. Tudo o que nasce, morre.
Mostrar às crianças que nem os adultos sabem o momento de cada um, nem como ocorrerá e nem o que existe após a morte é importante para elas ficarem menos confusas. Os pequeninos precisam saber que o corpo sem vida fica no cemitério, onde se localizam as tumbas e no lugar está escrito o nome, sobrenome, data de nascimento e de falecimento , e que lá podemos visitar os entes queridos que morrem.
Orientando como podemos aceitar melhor a perda
Poupar as crianças do sofrimento causado pela morte pode gerar dificuldade de lidar com perdas, o que significa problemas e sofrimento ao longo de sua vida. Não devemos subjugar as crianças como se não estivessem compreendendo o que esta acontecendo. Usar termos para explicar a morte como “ele está dormindo” pode gerar pensamentos confusos na criança, acreditando que a pessoa acordará.
Omitir-lhe a verdade seria algo grave, seria como ignorá-la só porque ela não fala como os adultos, como excluí-la da família, e pior ainda, se as pessoas mais próximas em que ela deposita toda sua confiança não forem capazes de falar sinceramente sobre a morte, ela tomará isso como um modelo a seguir e nem ousará perguntar à respeito daquilo que sua percepção lhe diz.
Alguns parentes falarão da alma (devemos tomar cuidado com as expressões afim de que a criança não a busque em um lugar físico e concreto, temendo sua aparição). Outra maneira de respondê-las poderia ser: “ficam as fotos, as recordações, tudo o que nós e aqueles que o conheceram, vivenciamos com ele, ficam as imagens dos momentos compartilhados junto a ele e fica a marca que deixou em nossas vidas”.
Se a criança estiver bem amparada, terá mais chances de elaborar da forma mais sadia possível o momento do luto. Estar perto, falar a respeito e ouvir, já é positivo.

Outros aspecto importantes
Cada criança, frente à morte, poderá agir de forma diferente, por exemplo: chorar, rir, ficar apática ou simplesmente negar, como se não existisse morte alguma. São mecanismos de defesa contra o sofrimento que o desenlace está causando. Devemos respeitar, no mínimo, a maneira que as crianças encontram para superar o momento da morte.
Quando as crianças não fazem perguntas sobre a morte de um ser querido, pode também significar que as mesmas percebem que formular este tipo de questionamentos provocaria angústia e incômodo nos adultos
.

Nota: esta postagem foi em homenagem ao querido cirurgião plástico Dr José de Oliveira Barra e à sua família maravilhosa.

domingo, 9 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 5

DESMAME PRECOCE

A Mulher fora do lar/ mulher
trabalhadora
Atualmente muitas mulheres
vêm assumindo o papel de chefes
de família, somando-se ao de mãe,
esposa e filha, não tendo muito
tempo para amamentar. Além do
estresse emocional que esses papéis
acumulam, também se prejudica a
amamentação.
A respeito, parte das entrevistadas,
respondeu que o motivo do
desmame precoce de seus filhos
foi a volta do trabalho fora do lar.
A pressão social, resultante das
transformações econômicas e da
crescente inserção da mulher no
mercado de trabalho, que compõe
um cenário favorável ao desmame,
se fez perceber ao longo do tempo. Assim
é que mães que não trabalhavam
fora do lar tiveram uma chance significativamente
maior para o aleitamento
materno e uma tendência
de associação em relação ao aleitamento
materno exclusivo.
O trabalho foi revelado como
elemento dificultador ou impeditivo
para a amamentação.
As mulheres demonstraram
uma grande dificuldade em conciliar
as múltiplas atribuições, o
que se transformou, inclusive, em
motivo de angústia e preocupação,
sentimentos que impactam negativamente
na fisiologia da lactação.
Atualmente, as mulheres brasileiras
empregadas no mercado formal
de trabalho têm quatro meses
de licença à maternidade remunerada.
Quando retornam ao emprego,
têm direito a dois intervalos de
meia hora, mas para serem efetivos
estes intervalos deveria haver creche
no local de trabalho. Por isso, a
maioria das mães prefere desfrutar
da concessão de sair uma hora mais
cedo do trabalho em razão da distância
entre o local de trabalho e
sua residência.
É importante que a mãe tenha
consciência de que a amamentação
é uma das experiências mais gratificantes
para as mulheres e que
se deve empenhar-se para que ela
seja mantida o máximo de tempo
possível.

Nota-se uma contradição entre
os seis meses de aleitamento materno
exclusivo, recomendados pelo
Ministério da Saúde, e a licença
à maternidade de quatro meses vigente,
sendo que esta lei passa por
alterações. As mães começam a
introduzir outros alimentos pouco
tempo antes de voltar ao trabalho
para que seus filhos vão se acostumando
ao novo hábito alimentar.
Cabe ressaltar que, em relação à
ordenha e armazenamento do leite
materno, as técnicas não são ou são pouco usadas. Esta
prática seria a solução para a continuidade
do aleitamento materno
exclusivo às mães que trabalham
fora do lar, no entanto não é praticada
pelas mães nem orientada
pelos profissionais de saúde.

ORDENHA MAMÁRIA NO BANCO DE LEITE HUMANO
A ordenha mamária deverá ser feita pelo profissional do Banco de Leite até que a mãe possa fazer sozinha.
· Retirar anéis, pulseiras e relógios.
· Lavar mãos e antebraço fazendo cuidadosa limpeza das unhas com sabão e água corrente.
· Secar as mãos com toalha descartável.
· Fechar torneira com a própria toalha.
· Vestir avental.
· Friccionar as mãos com álcool a 70%, glicerinado ou não, durante 30 segundos.
· Dispor de frasco estéril sobre a mesa para coleta do leite humano.
· Calçar luvas de procedimento.
· Explicar a técnica de ordenha manual a ser seguida.
· Massagear toda a mama no sentido aréola - tórax em movimentos circulares.
· Massagear toda a mama no sentido da saída do leite (tórax - aréola).
· Iniciar expressão manual, desprezando os primeiros jatos de leite para evitar contaminação.
· Colocar o frasco abaixo da aréola, deixando a tampa na mesa com a parte estéril para cima.
· Realizar expressão suavemente para promover a saída do leite diretamente no frasco.
· Fechar o frasco.
· Rotular o frasco com o nome da doadora, número de dias pós - parto, data, local da ordenha e nome de quem realizou a ordenha.
· Armazenar o leite por 24 hs na geladeira e, quando for administrar, aquecê-lo em banho-maria, para não perder as propriedades nutricionais.



sábado, 8 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 4

Dúvidas mais freqüentes das mães em relação à amamentação

Leite fraco ou pouco leite
Dois terços do leite é produzido durante a sucção, apenas 1/3 é armazenado, portanto mama vazia não significa ausência de leite. Não existe leite fraco. O mesmo pode variar de cor, mas todos são adequados sob o ponto de vista imunológico e nutricional. Quanto ao pouco leite, muitas vezes é apenas uma percepção errônea da mãe. Com freqüência o choro do bebê é interpretado como fome. E muitas vezes esse choro é causado por algum desconforto do bebê ou simplesmente trata-se de uma forma de solicitar aconchego e proteção. É uma “fome de afeto”. Na maioria das vezes em que há uma diminuição real da produção do leite, esta está relacionada com técnica incorreta de amamentação ou ainda ao uso de chupetas ou mamadeiras. Se a criança não mama com uma técnica correta, ela pode ingerir menos leite e não esvaziar adequadamente a mama. Como conseqüência, a mama passa a produzir menos leite e a criança, por não ficar saciada, vai fazer intervalos menores entre as mamadas. Aí surge a insegurança da mãe e a associação com leite fraco. As chupetas e os bicos de mamadeira podem interferir na amamentação, pois podem confundir a criança, já que o tipo de sucção é completamente diferente da sucção ao peito. Além disso, sabe-se que as crianças que chupam chupeta mamam menos no peito, ou seja, há um menor estímulo da mama, e conseqüentemente, uma menor produção de leite. Portanto, atualmente, não se recomenda o uso de chupetas e mamadeiras. É uma recomendação internacional.
Cirurgia para redução da mama interferindo na amamentação Existem estudos que mostram claramente o quanto a cirurgia redutora pode influir negativamente na lactação. As mulheres com cirurgia praticamente não conseguiram amamentar exclusivamente e a duração do aleitamento materno foi muito menor quando comparadas com mulheres semelhantes, porém sem cirurgia prévia.Quanto ao silicone é diferente, pois a cirurgia não corta inervação, nem mexe no mamilo.
Amamentação evitando nova gravidez
Nos primeiros seis meses após o parto, se a nutriz (lactante) estiver amamentando exclusivamente e não menstruar, a chance de engravidar é de apenas 0,5 a 2%. Normalmente na mulher em idade reprodutiva a hipófise, que controla a fertilidade, manda todo mês ordens hormonais para o útero, mamas e ovários, dizendo-lhes que se preparem para engravidar. Após o parto, o estímulo hormonal comandado pela hipófise fica desorganizado pelos efeitos da sucção ao seio, demorando mais tempo, para ocorrer a ovulação que pode acontecer aos 3 – 5, 6 meses; dependendo da freqüência das mamadas. Sabe-se hoje, que a mulher que só dá o leite do peito no primeiro semestre de vida do bebê ficará por mais tempo sem ovular e sem menstruar. Recomenda-se a adoção de um método anticoncepcional complementar como a camisinha (masculina ou feminina), o DIU, diafragma ou a minipílula, após o 6º mês de vida do bebê ou quando a mulher não está mais amamentando exclusivamente ou menstruou. Converse com o seu obstetra sobre o LAM – Método de Amenorréia Lactacional.
A hora do desmame

O ideal é que o bebê receba apenas leite materno até o sexto mês de vida. Depois disso, você deve amamentar por quanto tempo você e seu bebê desejarem, lembrando que todos os benefícios continuam após o sexto mês e quanto mais você amamentar, mais seu filho ficará protegido. Hoje em dia, a OMS, o UNICEF e o Ministério da Saúde afirmam que o Aleitamento pode continuar até os 2 anos. Após os seis meses a alimentação será completada com um cardápio saudável, sem a necessidade de leites infantis em mamadeiras. As chupetas são desnecessárias e prejudiciais, exceto em raros casos.
Direitos da mulher que trabalha fora em relação à amamentação
Segundo a legislação brasileira, a mulher que trabalha fora tem o direito à licença-maternidade de 120 dias (4 meses) a partir do oitavo mês de gestação ou após o parto. Depois deste período, o direito de amamentar durante a jornada de trabalho é de dois meses. Caso não tenha creche ou banco de leite no local de trabalho, pode-se negociar que a nutriz tenha uma hora a mais de almoço (caso ela more perto do trabalho) ou que saia uma hora antes. É importante lembrar que toda empresa com mais de 30 mulheres tem que ter creche. O pai também tem direitos: 5 dias de licença paternidade – ainda é pouco, mas dá para trocar umas fraldas e preparar uns lanches gostosos para a mãe de seu novo filho !

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 3




AMAMENTAÇÃO DE GÊMEOS

Sim, amamentar múltiplos, além de exigir a regra dos 3 “P”s: paixão, persistência e paciência, necessitará outro P, que é o de prática ,para provar que é perfeitamente possível!
As mães de gêmeos conseguem produzir a quantidade de leite suficiente para os bebês, desde que haja estímulo hormonal. Você estará não apenas dando o único e o mais perfeito alimento necessário para seus bebês, como também pondo em prática o maior gesto de amor que uma mãe pode ter com um filho.
As técnicas da amamentação não são diferentes se você amamenta um, dois, três ou mais bebês. O que muda é somente a logística: o fato de ter leite suficiente para amamentar vários bebês famintos, no mesmo horário e ao mesmo tempo, são preocupações que mães de gravidez única não enfrentam.
Não se preocupe com a quantidade de leite, o seu organismo se encarregará de produzir o suficiente para quantos bebês você venha a ter. Este negócio de não ter leite ou de ter leite fraco na verdade não existe. O que geralmente acontece são que fatores psicológicos ou biológicos muitas vezes afetam a produção do leite, chegando até a secá-lo.
Mas este provavelmente não será o seu caso, pois suas únicas preocupações serão com a sua alimentação e o seu estado emocional. Nós dizemos estado emocional porque mesmo que você esteja cansada e há noites sem dormir, seu leite estará lá firme e forte; mas se você se estressar, ficar nervosa ou ansiosa, ficará mais difícil amamentar direito.
Provavelmente alguém da maternidade irá dar a você uma orientação nas primeiras mamadas de cada bebê, para ter certeza de que estão sugando bem e fizeram a “pegada” direito (pegada é o ato do bebê abocanhar o mamilo).
Nas primeiras vezes amamente um de cada vez, alternando com algum leite artificial para ganhar tempo, e conforme você for adquirindo prática, passe a amamentar dois bebês simultaneamente. Amamentar simultaneamente, um em cada mama, permitirá poupar tempo e dispor de mais tempo entre as mamadas. Trata-se, obviamente, de uma opção individual de cada mãe, mas deverá tomar em consideração que a frequência, eficiência e duração de cada mamada vai depender da forma como recupera do parto, do apoio familiar e, no caso dos filhos, da maturidade, do estado de saúde e da capacidade de mamar
Experimente as várias formas de posicionamento dos bebês, até encontrar uma melhor para si e para eles (veja acima).

Se você tiver mais de dois bebês, tem a opção de dar complemento ao(s) outro(s) com leite de seu peito ou leite em pó na mamadeira, ou tentar fazer um revezamento e amamentar todos. Mas dificilmente trigêmeos ou mais múltiplos ficam exclusivamente no peito. Imagine que serão de oito a doze mamadas diárias para cada um no início – ou seja, seria humanamente impossível passar 24 horas amamentando, a menos que você fique sem comer, dormir, tomar banho...
À medida que eles crescem e aprendem a sugar mais rápido, diminui o tempo de cada mamada e, aí sim, eles poderão mamar só no peito se agüentarem a espera. Não se culpe pelo complemento, você está fazendo o melhor que pode.
Quando for amamentar:
· Sente-se em um local bem confortável e com as costas retas. Coloque almofadas apropriadas embaixo dos bebês e relaxe, curta este momento único. Se você puder comprar a almofada pra amamentar gêmeos da Practical Baby com certeza não se arrependerá. Ela é ótima e superprática, como já diz o nome!
· Evite falar ao telefone e conversar com visitas, especialmente se tiver com dois bebês nos seios. Eles já estão dividindo o peito, já pensou que chato também dividirem a atenção da mamãe?
· Passe gel protetor nos mamilos para evitar rachaduras. Escolha um à base de lanolina e que não precise de enxágüe.
· Se você tiver condições, compre ou alugue uma bombinha elétrica para tirar o leite extra. É uma ótima opção ter leite guardado para uma emergência – como por exemplo, um ataque de fome simultâneo em todos! Sim, isso acontece!
· Tenha por perto uma bebida, e uma campainha ou telefone e, eventualmente, alguma coisa para comer.
Nessa hora, o papai tem seu papel importante na ajuda da mamãe e dos bebês, seja trocando as fraldas dos nenezinhos, seja dando colo para o que acordou enquanto a mamãe amamenta o outro, ou mesmo no serviço de limpeza da casa. Homem moderno é isso. Não se sinta envergonhada de pedir favores para amigos e familiares, como fazer suas compras. Toda ajuda é muita preciosa, nem que seja para você descansar.
Se os bebés forem internados numa Unidade de Neonatologia e não conseguirem ou não puderem mamar, deverá começar a extracção de leite. O leite que extrair deve ser guardado e/ou administrado ao(s) bebé(s) de outra forma, como por sonda ou por copo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 2



DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO
MAMAS MUITO CHEIAS E DOLOROSAS (INGURGITADAS)

No 3º -4º dia pós parto, as mamas podem
ficar quentes, mais pesadas e duras, devido ao aumento de leite e à
quantidade de sangue e de fluidos nos tecidos da mama. A mãe pode
ter um ligeiro aumento da temperatura corporal que não ultrapassa, em
regra, os 38º C, durante 24 horas. Habitualmente, o leite sai com
facilidade e a mãe continua a dar de mamar sem dificuldade. Pode dar
de mamar com frequência para retirar o leite, ou retirá-lo manualmente
ou com bomba. Depois de alguns dias, sentirá as mamas vazias e
confortáveis.
Algumas vezes, especialmente se o leite não é retirado em
quantidade suficiente, as mamas podem ficar ingurgitadas. Nesta
situação as mamas ficam tensas, brilhantes e dolorosas, e pode ser
difícil retirar o leite. A aréola está tensa e é difícil para o bebê agarrar
uma quantidade suficiente da mama para poder sugar. A mãe pode
amamentar menos porque tem dor. A produção de leite diminui
porque a criança mama durante pouco tempo, de modo não eficaz,
e o leite não é retirado.
A mama pode ficar infectada porque o leite não é drenado e,
especialmente, se a mãe tem fissuras nos mamilos.
Para prevenir o ingurgitamento
– As mães devem dar de mamar em horário livre (sempre que
o bebê quiser).
– Colocar a criança para mamar em posição correcta e verificar
os sinais de boa pega.
Para tratar o ingurgitamento
– Retirar o leite da mama, colocando o bebê para mamar, se
possível, ou com expressão manual ou bomba (lavar as mãos
cuidadosamente antes de tocar nas mamas).
– Quando conseguir retirar um pouco de leite, a mama fica mais
macia e o bebê poderá sugar mais eficazmente.
– Se o bebé não consegue mamar, a mãe deve retirar o leite
para uma chuca (manualmente ou com bomba) e dá-lo ao bebê.
– Deve continuar a retirar com a frequência necessária para que
as mamas fiquem mais confortáveis e até que o ingurgitamento
desapareça.
A mãe consegue retirar o leite mais facilmente se :
– Estiver descontraída e com o bebê por perto;
– Beber uma bebida morna (não café, chá preto ou cacau);
– Massagear levemente com a ponta dos dedos de forma circular,
toda a mama, no sentido horário.

Se as mamas apresentarem edema (inchaço), pode aplicar água
fria ou gelo, depois de retirar o leite.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 1



Alimentação materna em período de amamentação


Mantenha uma dieta rica em grãos e cereais integrais, frutas e verduras, e alimentos que sejam boas fontes de proteínas, cálcio e ferro (procure em castanhas e nozes). Enquanto estiver amamentando, tenha o hábito de comer um lanchinho nutritivo -- como uma vitamina de iogurte batido com frutas, uma barrinha de cereais ou uma torrada com queijo --, toda vez que for dar de mamar.
O consumo de 8 a 12 copos de água por dia ajudará seu corpo a produzir a quantidade de leite necessária para o bebê. A maioria das mães costuma sentir muita sede ao amamentar, então é sempre bom já ter à mão um copo de água ou suco ao se preparar para dar de mamar.
Substâncias como cafeína (encontradas no café, chás e refrigerantes) e álcool podem passar da corrente sanguínea para o leite, por isso evite excessos. Em pouco tempo, você vai perceber se algo que come ou bebe incomoda seu filho, já que isso provocará agitação, choro demais, dor de barriga ou uma péssima noite de sono. Caso o bebê seja alérgico a algo que você consumiu, ele poderá ter uma reação cutânea, um incômodo respiratório (um barulho parecido com um apito ao respirar, ou congestão) ou fezes alteradas (verdes ou com muco). Se você perceber que um prato cheio de alho ou um chocolate não perturbaram em nada seu filho, vá em frente. Vale notar que entres os vilões mais comuns que causam cólica estão brócolis, feijão, repolho, cebola e leite de vaca.
Caso você tenha tomado suplemento de ferro durante a gravidez, talvez não precise de mais agora. Mas isso não é regra para todas as mães. Muitas mulheres têm reservas baixas de ferro ao longo da vida fértil. E, se você continuar a tomar algum suplemento vitamínico, lembre-se de que ele não substitui uma dieta saudável.

Perca peso aos poucos através de uma alimentação saudável combinada a uma rotina de exercícios físicos. A perda rápida de peso pode representar um risco ao bebê, porque às vezes leva à liberação de toxinas -- normalmente armazenadas na gordura do corpo -- para a corrente sanguínea, elevando a quantidade dessas substâncias presentes no leite. A amamentação por si só já ajuda a queimar a gordura da gravidez, por usá-la na produção do leite. A maioria das mães que amamentam pode perder cerca de meio quilo por mês simplesmente devido à demanda de energia do corpo para a fabricação do leite. Conte que você vai levar de dez meses a um ano para voltar à forma de antes da gravidez. Se mesmo assim decidir moderar um pouco na alimentação, espere pelo menos o bebê completar um mês e meio. Uma alimentação deficiente nas primeiras semanas de lactação pode prejudicar a produção de leite.

Em princípio a mulher que amamenta pode comer chocolate. "Segundo o Ministério da Saúde, quantidades superiores a 400 gramas por dia podem causar irritabilidade ou aumento da peristalse do intestino do bebê" (ou seja, cólica e dor de barriga), diz Franz Novak, chefe do laboratório de controle de qualidade de leite humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, Como 400 gramas por dia é bastante chocolate (duas barras das grandes, ou 30 bombons Alpino), vai ser difícil você chegar perto desse limite. Mas cada criança é uma criança e existe a chance de o bebê apresentar alguma sensibilidade aos componentes do chocolate, principalmente se você estiver há bastante tempo sem comer chocolate e resolver tirar o atraso de uma vez só. Resumo da ópera: se você está amamentando, coma chocolate como sempre comeu, sempre de olho em possíveis reações no bebê, como cólica e alergia. Agora, se você amamenta e até agora tinha aberto mão do chocolate, com medo de dar dor de barriga no nenê, vá voltando à guloseima bem aos pouquinhos, observando como a criança reage. Melhor não "chutar o balde" na Páscoa! Outro motivo para não abusar é a velha culpa de mãe: você perde o controle, come um monte de chocolate e depois o bebê chora sem parar. Pode até ter sido coincidência, mas você vai se sentir péssima, achando que é culpa sua. O especialista Franz Novak dá uma dica para não abusar: nunca, jamais coma chocolate de estômago vazio. "Você pode ter uma hipoglicemia de rebote e comer o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, e quando perceber terá devorado a caixa inteira." Prefira comer depois das refeições. O chocolate meio-amargo é considerado o mais saudável, por ter menos açúcar. E mande a culpa embora porque, no final das contas, chocolate faz bem. Tem a chamada "gordura do bem", que protege as artérias, além de vitaminas A, B, C, D e minerais como potássio, ferro e flúor etc., sem contar as substâncias que causam sensação de bem-estar e felicidade. Se seu filho não reclamar, você pode comer um pouco sem traumas. Lembre-se também que o paladar do chocolate pode "ficar" na mente da criança e , que aí mora o perigo deles terem o contato antes de dois anos e virarem chocólatras, o que não seria uma boa para os dentes e nem para uma dieta saudável.
A cafeína é outra substância que cai em sua corrente sanguínea, e uma parte acaba indo parar no leite materno. Ainda estão sendo realizadas pesquisas para definir qual é o limiar máximo ideal para o consumo de cafeína, mas já se sabe que a ingestão de mais de 400 mg de cafeína por dia faz mal. Por isso, é melhor restringir o consumo de cafeína ao máximo de 300 mg (mais ou menos quatro xicrinhas de café expresso) na fase de amamentação. Uma dose pequena de cafeína (como num copo de refrigerante, uma xícara de café ou de chá por dia) não vai afetar nem mãe nem bebê, mas uma quantidade maior que essa pode deixar você, ele ou vocês dois agitados, irritados ou com dificuldade para dormir. Vale lembrar que a sensibilidade de cada pessoa à cafeína varia muito. Você ou seu bebê podem ficar mais agitados com uma pequena dose, ou ser mais resistentes. Se você não consegue viver sem um café, faça o máximo esforço para tomar pelo menos oito copos de água por dia (algo que é essencial para quem está amamentando, tomando cafeína ou não). Se você observar que seu bebê está agitado, irritado ou com dificuldade de dormir, experimente passar alguns dias sem tomar bebidas com cafeína para ver se a situação melhora. Se melhorar, vale a pena fazer o sacrifício e cortar a cafeína até que o bebê tenha deixado definitivamente de mamar.
No Brasil, os rótulos das bebidas e dos alimentos não trazem a quantidade de cafeína presente. É importante lembrar, porém, que as quantidades são variáveis. O cafezinho pode ser mais forte ou mais fraco, o chocolate, mais amargo ou mais doce (o mais amargo e escuro tem mais cafeína). O chimarrão, o chá preto e o chá verde têm mais cafeína, nessa ordem, que o chá mate e os chás de ervas.

Em suspeita de alergia alimentar no bebê, em aleitamento materno exclusivo, cujo diagnóstico é bem difícil, pode-se pensar numa dieta hipoalergênica para a mamãe". Dentre todas, a alergia ao leite de vaca é a mais frequente.
O correto é manter uma alimentação sadia, com bastante água e sucos, para estimular a produção de leite. Alguns bebês podem ser sensíveis a um determinado tipo de alimento que a mãe consome, então, se ingerir temperos fortes, por exemplo, fique de olho na reação do bebê.

Para produzir uma boa quantidade de leite, a mãe necessita de uma alimentação balanceada, com aproximadamente 2500 calorias por dia, e muitos copos de água ou qualquer outro líquido, além de relaxar bastante. Ela pode aproveitar para descansar durante os períodos de sono do bebê, deixando afazeres e compromissos para outras pessoas. Nessa fase, todos têm que ajudar.
As mães vegetarianas devem redobrar os cuidados com a alimentação e se certificar de estar ingerindo vitaminas e minerais suficientes para alimentar ela e o bebê. Uma consulta com um nutricionista pode ser a melhor opção para elaborar um cardápio adequado, com refeições e lanches saudáveis.


domingo, 2 de agosto de 2009

SEMANA 5 - FEBRE - ÚLTIMO CAPÍTULO



Outras causas de febre

>A insolação, geralmente é confundida com febre infecciosa, mas se trata de exposição excessiva do corpo ao calor solar. Essa exposição ao sol causa a destruição das células da pele, a eliminação dos líquidos armazenados entre estas células, respiração e suor intensos A insolação pode ser percebida quando a pessoa apresenta os seguintes sintomas: tontura, dor de cabeça, falta de ar, náuseas, mal-estar, vômitos, aumento da temperatura corporal, fraqueza, irritação, pele seca e vermelha e até inconsciência. Ao perceber o início da insolação deve-se sair imediatamente do sol cobrindo o corpo com toalhas úmidas e permanecer em lugares arejados. Em estágios mais avançados é aconselhável locomover a pessoa até um hospital para que seja hidratada novamente através do soro. É muito importante ingerir bastante líquido alternado com soro caseiro além de utilizar hidratantes na pele, roupas claras e leves, alimentar-se com comidas leves e naturais e tomar banhos mornos, mais pra frios, na tentativa de resfriar o corpo. Para não sofrer com insolação é necessário não se expor ao sol no período entre às 10h e 16hs, utilizar proteção solar, tomar bastante líquido, hidratar a pele após exposição ao sol, reaplicar o protetor solar a cada duas horas, proteger o rosto e pescoço, utilizar sabonetes glicerinados, proteger os olhos com óculos escuros, não utilizar óleo bronzeador se o sol estiver muito quente e não utilizar repelente ao ir à praia.

>doenças reumáticas. Geralmente acompanhada de dores articulares

>transfusões sanguíneas incompatíveis

>doenças auto imunes, tais como lupus

>distúrbios hormonais e emocionais

>dentiçao

>inflamações

>traumatismos

sábado, 1 de agosto de 2009

SEMANA 5 - FEBRE - CAPÍTULO 4




Antitérmicos e outras condutas

Os antitérmicos mais usados são o ácido acetilsalicílico (AAS), o
paracetamol (acetominofeno), a dipirona e o ibuprofeno.
A dipirona, que durante décadas foi o antitérmico/
analgésico mais utilizado em nosso meio, foi retirado do
mercado nos Estados Unidos, pelo risco de toxicidade
na medula óssea, com base em pesquisa cuja metodologia
é considerada hoje, no mínimo, questionável,
e que não foi confirmada em estudo mais recente.
O ácido acetilsalicílico, que foi o substituto da dipirona
nesse período, foi responsável, nos Estados Unidos, por um
grande número de gravíssimas intoxicações acidentais, fato
que estimulou a legislação sobre embalagens que não
podem ser manipuladas pelas crianças. Posteriormente, o
AAS foi associado (também em bases epidemiológicas)
com a Síndrome de Reye (doença que compromete o fígado e cérebro da criança, cuja própria existência é hoje questionada. O que é inquestionável é o alto risco de
hemorragia digestiva com o uso de AAS.
O acetominofeno, que foi o substituto da dipirona e
AAS, em doses habituais, apresenta baixa toxicidade e
ocasiona reações alérgicas em freqüência bem menor do
que os anteriores. No entanto, pode provocar intoxicação
hepática, inclusive em doses apenas um pouco maiores do
que as recomendadas e se usados por mais de 5 dias consecutivos.
Mais recentemente, o ibuprofeno foi aprovado.
Uma vantagem é a duração mais prolongada do efeito
antitérmico. Gastrites, inclusive hemorrágicas, podem ser a
conseqüência do uso a longo prazo (pouco freqüentes nas
crianças); reações de hipersensibilidade não são raras.
Outro aspecto a ser considerado é a possibilidade do uso de
doses incorretas, que, não raro, chegam a níveis de causar
toxicidade.

Outras condutas e observações:
. Utilizar roupas leves, manter o ambiente ventilado; nas
horas mais agradáveis do dia, a criança pode ficar ao ar
livre, sem exposição direta ao sol. Evite corrente de ar.
. Oferecer líquidos com freqüência e de acordo com a
preferência (água, chás, sucos, água de coco, refrigerante).
. A redução do apetite é inevitável, e a criança deve ser alimentada com aquilo que ela aceita e tolera melhor.
. A febre moderada estimula os mecanismos
de defesa contra a infecção, e por isso não há necessidade
nem vantagem de normalizar inteiramente a
temperatura, ou seja, se a temperatura axilar ficar abaixo de 38ºc, já é um bom ganho.
. O objetivo do antitérmico é
apenas aliviar o desconforto causado pela febre, e deve
ser usado apenas nos momentos em que ela está ocasionando
indisposição acentuada, sem horário prefixado,
mas respeitando o intervalo mínimo de cada medicamento.
. Evitar tomadas freqüentes da temperatura (isto traz incômodo desnecessário à criança),
reservando-a para momentos de grande abatimento,
tremores de frio ou se a criança parecer excessivamente
“quentinha”. O ideal é medir de 3/3 hs durante o dia, e de 4/4 hs durante a noite.
. Avaliar o antitérmico mais facilmente disponível e
individualizar segundo a preferência, disponibilidade,
aceitação, tolerância e eficácia habitual dos antitérmicos
usuais (acetominofeno, dipirona ou ibuprofeno). Em bebês até 6 meses usamos geralmente o acetominofeno. A partir de 6 meses geralmente usamos a dipirona em soluções adocicadas para testarmos a aceitação pelas crianças, pois é tido como o mais eficaz antitérmico. Temos optado pelo ibuprofeno quando a febre é mais persistente.
. O benefício do banho de imersão e das compressas mornas é limitado; o uso de água
fria e a adição de álcool são contra-indicados ( o álcool pode ser absorvido pela pele e causar toxicidade sistêmica ). Banho e compressas são
aceitáveis, quando isso for do agrado da criança e não
trouxer transtornos para a família. O ideal é que se use esses meios só após 1 hora do antitérmico, pois é necessário que a criança transpire neste período
. Sinais de alerta: febre acima de 39,4 ºC com tremores de frio, abatimento acentuado
ou forte indisposição (sonolência e irritabilidade, choro
inconsolável ou choramingas, gemência) que não melhoram
após o efeito da dose de antitérmico; aparecimento
de sintomas diferentes; febre que ultrapassa três
dias completos. Procure o pediatra imediatamente nesses casos.