quinta-feira, 27 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 5


CRIANÇAS DOENTES E A FAMÍLIA


Todos os indivíduos que cuidam de uma criança doente (familiares, amigos, médicos, enfermeiros e outros profissionais) encontram-se sob um estresse incomum. Ver que uma outra pessoa está doente é doloroso, mas observar essa situação em uma criança é particularmente desagradável e pode acarretar preocupação, ansiedade, culpa, raiva e ressentimento.

Doença em Recém-nascidos
Um forte laço psicológico começa a desenvolver- se entre os pais e a criança nas primeiras horas após o seu nascimento. Essa vinculação é influenciada pelas próprias experiências dos pais durante a infância, pelo conjunto de informações culturais e sociais relativas à educação dos filhos, pela personalidade dos pais e pelo desejo e preparação psicológica ante ao fato de se tornarem pais. A vinculação afetiva garante que a criança receberá apoio suficiente dos pais para um desenvolvimento físico e emocional saudável.No entanto, a vinculação afetiva torna-se muito mais difícil quando o recém-nascido está doente ou é prematuro, sobretudo quando ele deve permanecer em um berçário de terapia intensiva. Os pais podem ser separados da criança por dias ou semanas e o estabelecimento da vinculação afetiva normal pode ser impossível durante esse período. Por essa razão, os pais e os familiares próximos devem visitar a criança freqüentemente, começando a fazê-lo o mais breve possível após o nascimento. Após lavar as mãos rigorosamente e de vestir uma roupa adequada (avental hospitalar), eles devem tocar ou segurar a criança o máximo que a sua condição permitir. Nenhum recém-nascido, mesmo aqueles submetidos à ventilação mecânica, está demasiadamente doente para não receber visitas e ser acariciado. O vínculo afetivo é fortalecido quando os pais podem alimentar, banhar e trocar as roupas da criança e quando a mãe pode amamentar, mesmo quando o lactente, a princípio, deve ser alimentado por uma sonda.Quando um recém-nascido apresenta um defeito congênito, os profissionais de saúde reunem-se com os pais para discutir o problema, os possíveis tratamentos e o prognóstico provável. Os pais devem visitar juntos a criança, o mais breve possível após o nascimento, independentemente de seu estado clínico.Quando um recém-nascido morre, os pais que nunca o viram ou o tocaram podem ter a sensação de jamais ter tido um filho. Essa sensação de vazio pode ser extremamente angustiante. Um ou ambos os pais podem apresentar uma depressão prolongada e profunda, pois eles têm dificuldade em assumir a morte de uma criança que nunca viram e o seu luto é incompleto. Os pais que não puderam ver ou segurar o filho enquanto ele estava com vida podem sentir-se melhor quando o fazem com a criança morta, embora seja uma experiência extremamente dolorosa. Além disso, os pais também sentem-se aliviados formulando questões ao médico e recebendo explicações sobre a doença da criança e dos cuidados que lhe foram prestados. Aqueles que perdem um filho freqüentemente têm uma sensação de culpa, a qual geralmente é inadequada e deve ser discutida.Quando a dor dos pais é extrema ou exageradamente prolongada, um apoio psicológico pode lhes ser útil. Quando existem fatores hereditários envolvidos, o aconselhamento genético deve ajudar os pais a comprender o risco deles gerarem uma outra criança doente.