terça-feira, 4 de agosto de 2009

SEMANA 6 - SEMANA MUNDIAL DE AMAMENTAÇÃO - CAPÍTULO 1



Alimentação materna em período de amamentação


Mantenha uma dieta rica em grãos e cereais integrais, frutas e verduras, e alimentos que sejam boas fontes de proteínas, cálcio e ferro (procure em castanhas e nozes). Enquanto estiver amamentando, tenha o hábito de comer um lanchinho nutritivo -- como uma vitamina de iogurte batido com frutas, uma barrinha de cereais ou uma torrada com queijo --, toda vez que for dar de mamar.
O consumo de 8 a 12 copos de água por dia ajudará seu corpo a produzir a quantidade de leite necessária para o bebê. A maioria das mães costuma sentir muita sede ao amamentar, então é sempre bom já ter à mão um copo de água ou suco ao se preparar para dar de mamar.
Substâncias como cafeína (encontradas no café, chás e refrigerantes) e álcool podem passar da corrente sanguínea para o leite, por isso evite excessos. Em pouco tempo, você vai perceber se algo que come ou bebe incomoda seu filho, já que isso provocará agitação, choro demais, dor de barriga ou uma péssima noite de sono. Caso o bebê seja alérgico a algo que você consumiu, ele poderá ter uma reação cutânea, um incômodo respiratório (um barulho parecido com um apito ao respirar, ou congestão) ou fezes alteradas (verdes ou com muco). Se você perceber que um prato cheio de alho ou um chocolate não perturbaram em nada seu filho, vá em frente. Vale notar que entres os vilões mais comuns que causam cólica estão brócolis, feijão, repolho, cebola e leite de vaca.
Caso você tenha tomado suplemento de ferro durante a gravidez, talvez não precise de mais agora. Mas isso não é regra para todas as mães. Muitas mulheres têm reservas baixas de ferro ao longo da vida fértil. E, se você continuar a tomar algum suplemento vitamínico, lembre-se de que ele não substitui uma dieta saudável.

Perca peso aos poucos através de uma alimentação saudável combinada a uma rotina de exercícios físicos. A perda rápida de peso pode representar um risco ao bebê, porque às vezes leva à liberação de toxinas -- normalmente armazenadas na gordura do corpo -- para a corrente sanguínea, elevando a quantidade dessas substâncias presentes no leite. A amamentação por si só já ajuda a queimar a gordura da gravidez, por usá-la na produção do leite. A maioria das mães que amamentam pode perder cerca de meio quilo por mês simplesmente devido à demanda de energia do corpo para a fabricação do leite. Conte que você vai levar de dez meses a um ano para voltar à forma de antes da gravidez. Se mesmo assim decidir moderar um pouco na alimentação, espere pelo menos o bebê completar um mês e meio. Uma alimentação deficiente nas primeiras semanas de lactação pode prejudicar a produção de leite.

Em princípio a mulher que amamenta pode comer chocolate. "Segundo o Ministério da Saúde, quantidades superiores a 400 gramas por dia podem causar irritabilidade ou aumento da peristalse do intestino do bebê" (ou seja, cólica e dor de barriga), diz Franz Novak, chefe do laboratório de controle de qualidade de leite humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, Como 400 gramas por dia é bastante chocolate (duas barras das grandes, ou 30 bombons Alpino), vai ser difícil você chegar perto desse limite. Mas cada criança é uma criança e existe a chance de o bebê apresentar alguma sensibilidade aos componentes do chocolate, principalmente se você estiver há bastante tempo sem comer chocolate e resolver tirar o atraso de uma vez só. Resumo da ópera: se você está amamentando, coma chocolate como sempre comeu, sempre de olho em possíveis reações no bebê, como cólica e alergia. Agora, se você amamenta e até agora tinha aberto mão do chocolate, com medo de dar dor de barriga no nenê, vá voltando à guloseima bem aos pouquinhos, observando como a criança reage. Melhor não "chutar o balde" na Páscoa! Outro motivo para não abusar é a velha culpa de mãe: você perde o controle, come um monte de chocolate e depois o bebê chora sem parar. Pode até ter sido coincidência, mas você vai se sentir péssima, achando que é culpa sua. O especialista Franz Novak dá uma dica para não abusar: nunca, jamais coma chocolate de estômago vazio. "Você pode ter uma hipoglicemia de rebote e comer o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, e quando perceber terá devorado a caixa inteira." Prefira comer depois das refeições. O chocolate meio-amargo é considerado o mais saudável, por ter menos açúcar. E mande a culpa embora porque, no final das contas, chocolate faz bem. Tem a chamada "gordura do bem", que protege as artérias, além de vitaminas A, B, C, D e minerais como potássio, ferro e flúor etc., sem contar as substâncias que causam sensação de bem-estar e felicidade. Se seu filho não reclamar, você pode comer um pouco sem traumas. Lembre-se também que o paladar do chocolate pode "ficar" na mente da criança e , que aí mora o perigo deles terem o contato antes de dois anos e virarem chocólatras, o que não seria uma boa para os dentes e nem para uma dieta saudável.
A cafeína é outra substância que cai em sua corrente sanguínea, e uma parte acaba indo parar no leite materno. Ainda estão sendo realizadas pesquisas para definir qual é o limiar máximo ideal para o consumo de cafeína, mas já se sabe que a ingestão de mais de 400 mg de cafeína por dia faz mal. Por isso, é melhor restringir o consumo de cafeína ao máximo de 300 mg (mais ou menos quatro xicrinhas de café expresso) na fase de amamentação. Uma dose pequena de cafeína (como num copo de refrigerante, uma xícara de café ou de chá por dia) não vai afetar nem mãe nem bebê, mas uma quantidade maior que essa pode deixar você, ele ou vocês dois agitados, irritados ou com dificuldade para dormir. Vale lembrar que a sensibilidade de cada pessoa à cafeína varia muito. Você ou seu bebê podem ficar mais agitados com uma pequena dose, ou ser mais resistentes. Se você não consegue viver sem um café, faça o máximo esforço para tomar pelo menos oito copos de água por dia (algo que é essencial para quem está amamentando, tomando cafeína ou não). Se você observar que seu bebê está agitado, irritado ou com dificuldade de dormir, experimente passar alguns dias sem tomar bebidas com cafeína para ver se a situação melhora. Se melhorar, vale a pena fazer o sacrifício e cortar a cafeína até que o bebê tenha deixado definitivamente de mamar.
No Brasil, os rótulos das bebidas e dos alimentos não trazem a quantidade de cafeína presente. É importante lembrar, porém, que as quantidades são variáveis. O cafezinho pode ser mais forte ou mais fraco, o chocolate, mais amargo ou mais doce (o mais amargo e escuro tem mais cafeína). O chimarrão, o chá preto e o chá verde têm mais cafeína, nessa ordem, que o chá mate e os chás de ervas.

Em suspeita de alergia alimentar no bebê, em aleitamento materno exclusivo, cujo diagnóstico é bem difícil, pode-se pensar numa dieta hipoalergênica para a mamãe". Dentre todas, a alergia ao leite de vaca é a mais frequente.
O correto é manter uma alimentação sadia, com bastante água e sucos, para estimular a produção de leite. Alguns bebês podem ser sensíveis a um determinado tipo de alimento que a mãe consome, então, se ingerir temperos fortes, por exemplo, fique de olho na reação do bebê.

Para produzir uma boa quantidade de leite, a mãe necessita de uma alimentação balanceada, com aproximadamente 2500 calorias por dia, e muitos copos de água ou qualquer outro líquido, além de relaxar bastante. Ela pode aproveitar para descansar durante os períodos de sono do bebê, deixando afazeres e compromissos para outras pessoas. Nessa fase, todos têm que ajudar.
As mães vegetarianas devem redobrar os cuidados com a alimentação e se certificar de estar ingerindo vitaminas e minerais suficientes para alimentar ela e o bebê. Uma consulta com um nutricionista pode ser a melhor opção para elaborar um cardápio adequado, com refeições e lanches saudáveis.