domingo, 16 de agosto de 2009

SEMANA 7 - SEMANA DA FAMÍLIA - CAPÍTULO 3

EDUCANDO PARA UMA SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA
O ser humano quando nasce não sabe falar, não sabe andar, não se alimenta sozinho, e por intermédio da família e sociedade, passa por processos de aprendizagens conduzidos pela educação. Por meio desta, é dado ao indivíduo princípios e valores sociais para que assim consiga uma inserção social mais adequada. Educar é transferir conhecimentos, é usar o que alguém já desenvolveu, levando-se em conta o contexto vigente. Ao educar, pode-se transmitir conceitos como: coragem, temperança, amor, tolerância, humildade, humor, simplicidade, pureza, doçura, felicidade, prazer, dor, justiça, liberdade, paixão, raiva, inveja, ciúme e outros, que fazem parte dos pensamentos e sentimentos humanos. Educar é ensinar o que deve ser feito, e também o que não deve ser feito.
Todos precisam seguir regras, até como uma forma consensual de haver entendimento, para que não exista o caos nas relações humanas e, as leis de um meio ou nação, se cumpram.


Aprendendo disciplina pela motivação e transmissão da lógica de causa e efeito
A energia da criança precisa ser direcionada da forma correta, de forma disciplinada e equilibrada, para as coisas práticas, que lhe serão úteis. Nessa etapa, a depender do nível de conscientização do adulto que a assiste, ela aprende a ser naturalmente disciplinada, pela correta distribuição das atividades que lhe trarão frutos, no futuro.
A disciplina de cada um existe quando aprendemos a colocar ordem em nossas atividades, e compromissos, e em qualquer tarefa com a qual estejamos envolvidos. Disciplina não é cumprimento de horários, ou obrigações, ou aceitação de certos padrões. Isso não passa de simples interesse pessoal, motivado, na maioria das vezes, pelo desejo se obter algum tipo de vantagem, ou evitar algum tipo de constrangimento, o que dá no mesmo. A disciplina passa antes de tudo pela motivação pessoal, sem o desejo explícito por compensações, no cumprir de uma tarefa, pelo simples prazer de ver um trabalho, depois de iniciado, concluído, criando no indivíduo uma espécie de ordem interna, um sentimento de organização espontâneo, um compromisso para com ele mesmo. Desse compromisso nasce um forte desejo de ver seu trabalho realizado. A motivação passa pelo encorajamento, incentivo , definindo o porquê a criança está fazendo tal tarefa, qual a função da mesma, o que se espera como resultados, e quais os benefícios daquela ação. Se explicarmos às crianças a necessidade de realizarmos qualquer tipo de tarefa desde o principio, a disciplina pela prática de castigos e recompensas, torna-se coisa sem fundamento, sem necessidade.O elogio, sem ganhos materiais e sem exageros é, nada mais nada menos, que um reforço de uma atitude positiva.

Aprendendo disciplina pelo planejamento, baseado em eventos e escolhas
Descobrir as preferências de alguém, não significa que saibamos como pensam. O modo de pensar, determina, além das escolhas, aquilo que se imagina obter após essa escolha, e isso é impossível de se determinar através de deduções, especialmente quando de trata de uma criança. Ela possui um mínimo de informações em sua mente, e descobrir qual a lógica que emprega em suas escolhas, é para nós, sumariamente, impossível.
Mas, podemos conhecer o resultado de cada uma dessas escolhas com antecedência, o que para nós é uma vantagem. Isso vem através de nossa experiência de vida, coisa que elas ainda não possuem. Explicar-lhes o que pode acontecer após cada escolha, esse é o mais acertado caminho para ajudá-las a criar uma ordem lógica interna. Poderão facilmente comprovar aquilo que falamos, isso lhes dará a certeza de que estamos do seu lado.

Aprendendo disciplina pelos exemplos
Que exemplo podemos dar aos nossos filhos e alunos, senão nossa própria postura, nosso modo coerente de falar e agir, onde aquilo que é dito se transforma na respectiva ação, e nunca em promessas vazias, que apenas lhes servem de modelo para a desordem interna, desordem essa que logo será mostrada ao mundo em forma de ações. Se um pai ou uma mãe deseja melhorar seu filho, então deve primeiro melhorar a si próprio. Esta frase implica numa forma resumida de chamar a atenção dos pais para a importância de uma auto-disciplina, auto-educação, o que por meio do relacionamento com os filhos, possivelmente será transmitido e assimilado pelos mesmos, gerando comportamentos mais adequados ao que a família entende como bom.

Evitando condutas negativas
Evitar o lazer excessivo e a preguiça. A ociosidade trará ao longo do tempo, vícios, manias e hábitos nocivos, minando a disciplina e a moral no desenvolvimento da criança.
Evitar recompensas como meio de forçar a criança a cumprir qualquer coisa. Tais prendas, enfraquecem seu caráter, estimulam a preguiça e o desejo de ganhar pela lei do menor esforço. Isso contribui de forma dramática para que sejam fracas de vontade, ambiciosas, se tornem dispostas a usar de meios ilícitos para vencer os obstáculos. Uma criança que sempre precisa do estímulo de prêmios por tarefas cumpridas, mentalmente, jamais será criativa, nem solidária, nem comprometida com o bem estar da humanidade. Esse jovem, ou adulto, se relacionará com seus pares, apenas pela troca de favores pessoais, nunca haverá sentimento de cordialidade, afetividade, ou respeito entre eles.
A disciplina deve ser fundamentada no respeito e não no medo. A palmada, por exemplo, não ajuda. Não deixá-los brincar com seus brinquedos preferidos e deixá-los no quarto para pensar são algumas maneiras que podem ser usadas para mudar o mau comportamento. Mas ofereça à criança uma segunda oportunidade, não aplicando o castigo na primeira falha. Disponha de compreensão e flexibilidade no momento de reprimir um comportamento indesejado.
Não se deve reprimir um comportamento e logo depois permiti-lo. Os limites precisam estar claros para a criança.